Operação contra desvio de cafeína para o tráfico apreendeu 28 carros e mais de uma tonelada de produtos
12/08/2025
(Foto: Reprodução) Grupo é preso por desviar 550 toneladas de cafeína para o tráfico
A operação realizada pela Polícia Federal contra um grupo suspeito de desviar produtos químicos para o tráfico apreendeu 28 carros avaliados em mais de R$ 4 milhões e encontrou mais de uma tonelada de produtos usados na fabricação de drogas.
A ação realizada em cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro desde a manhã desta terça-feira (12) prendeu 17 pessoas e “desarticulou o maior esquema de desvio de produtos químicos controlados para o narcotráfico já identificado no Brasil”, segundo a PF - leia mais detalhes abaixo.
Na noite desta terça, a PF informou que a operação apreendeu 1,6 tonelada de cafeína, tetracaína e lidocaína, que são produtos usados na produção de cocaína.
Polícia Federal deflagra operação para combater desvio de produtos químicos usados para o tráfico de drogas na região
Divulgação/Polícia Federal
Os policiais também apreenderam mais de 11 quilos de triptamina, um fármaco que produz efeitos alucinógenos e é usado na fabricação de uma droga chamada de ecstasy.
“O volume seria suficiente para confeccionar, pelo menos 600 mil comprimidos. Trata-se da maior apreensão que se tem notícia em território nacional dessa droga”, informou a PF.
Além desses produtos, foram apreendidos R$ 37 mil, 10 mil dólares, 5 mil euros e 28 veículos, incluindo alguns de luxo, avaliados em mais de R$ 4,3 milhões.
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PF realiza operação contra organização que desviava produtos químicos para o tráfico
Operação
A Polícia Federal prendeu 17 pessoas suspeitas de envolvimento no desvio de produtos químicos para uso no tráfico de drogas. Segundo a PF, ao menos 550 toneladas de cafeína foram movimentadas pelo grupo investigado.
A ação realizada na manhã desta terça-feira (12) cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em 13 cidades de São Paulo e na capital do Rio de Janeiro - 11 deles em São José dos Campos e Caraguatatuba.
No Vale do Paraíba e Litoral Norte, quatro pessoas foram presas. Segundo a delegada da PF em São José dos Campos, Mariana Calderon, os detidos podem ser enquadrados no crime de desvio de produtos químicos, em que as penas podem chegar a 25 anos de prisão.
Ela também afirmou que as investigações duraram cerca de dois anos e meio e começaram após movimentações de empresas ligadas aos suspeitos chamarem atenção.
“Só hoje nós pegamos 900 quilos em uma dessas empresas. É uma disparidade muito grande. Eles teriam que produzir cinco mil toneladas de suplementos para dar vazão à quantidade de cafeína que movimentaram ao longo desses dois anos e meio de investigação", disse em entrevista coletiva.
A operação "Caffeine Break" teve início após a Polícia Federal de São José dos Campos identificar que uma empresa do setor de suplementos alimentícios e energéticos à base de cafeína apresentou movimentação atípica na compra de produto controlado.
Polícia Federal deflagra operação para combater desvio de produtos químicos usados para o tráfico na região
Divulgação/Polícia Federal
Segundo a PF, o sócio da empresa investigada já havia sido preso em 2010 por um esquema semelhante, mas voltou a atuar com um "esquema mais sofisticado e com profissionais com mais conhecimento técnico na área química".
"Outras duas empresas, também voltadas ao comércio de suplementos, foram identificadas dentro da movimentação atípica, sendo que as três juntas, durante o período da investigação, adquiriram mais de 550 toneladas de cafeína, sem nenhum lastro econômico, financeiro ou logístico, ocultando as ações com emissão de notas fiscais falsas", informou a PF.
O esquema criminoso inclui químicos, farmacêuticos, despachantes aduaneiros e advogados, entre outros profissionais.
Além dos mandados, foram determinados o bloqueio de 59 contas bancárias e o bloqueio e sequestro de 83 bens móveis e imóveis dos investigados. O total do valor bloqueado chega a R$ 72 milhões.
Polícia Federal deflagra operação para combater desvio de produtos químicos usados para o tráfico na região
Divulgação/Polícia Federal
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